sábado, 28 de março de 2009

O início da saga

Esse negócio de trabalho de conclusão não é pra qualquer um, convenhamos! Aquela siglazinha de três letras que todo mundo treme só de pensar em ouvir. Sim, o próprio. O tão temido TCC. Sabe, enrolei horrores pra começar a escrever aquele tal de pré-projeto do TCC. O meu medo de começar era tão grande, que eu arranjava qualquer desculpa pra nao começar. Eu tinha que ler mais, eu tinha que fazer janta, eu tinha que ir pra aula, eu tinha que ligar pra fulana, eu tinha que trabalhar, eu tinha ir pagar as contas, eu tinha que ir ao banheiro, eu tinha sono. Eu tinha era milhões de desculpas esfarrapadas. Mas aí, o tempo foi me apertando, e de repente, numa noite, uma vontade súbita de acabar de vez com aquela "coisa" que amedrontava, me fez entupir o estômago de cafeína e descarreguei tudo o que tinha preparado nesse meio tempo. E, como num passe de mágica, às quatro horas da manhã (sim, pasme), ele estava pronto. Ou praticamente isso. Antes do tempo previsto, melhor do que eu havia imaginado, mais fácil do que eu havia pensado. Os olhinhos se encheram de lágrimas e o peito de orgulho ao ler pela, sei lá, milhonésima vez o tal do tão temido pré-projeto de TCC, inacreditávelmente, pronto. Acho mesmo é que o nome assusta mais que o conteúdo. Então fui dormir tranquila, me perguntando por que eu não tinha feito aquilo antes. Mas eu sei. Porque fazer as coisas sem aquela pressão psicológica do calendário virando a folha, do relógio girando cada vez mais rápido, de todo mundo te perguntando se você já começou, definitivamente, não tem emoção.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Puzzle

Ela era uma pecinha encaixada perfeitamente naquele enorme quebra-cabeças. Mas ele ainda não estava pronto, por isso alguém sempre mudava as coisas de lugar. Um dia ela foi tirada do seu cantinho. Talvez ninguém tivesse percebido que já estava no lugar certo, talvez nem ela própria, em meio a tantas mudanças, pudesse perceber. O outro canto do tabuleiro era bom, tinha peças viçosas e simpáticas, mas com o tempo, percebeu que não conseguia se adaptar. Seu lado esquerdo (ou direito, ou de cima, dependendo de como a viravam), nunca se encaixava. Viravam-na de lado e até de ponta cabeça! Tiravam e colocavam, trocavam as milhões de peças ao seu redor, mas nada parecia funcionar. Talvez porque ninguém ainda tivesse percebido que ela só é capaz de se encaixar em um único lugar; o lugar de onde um dia foi tirada.
"Com mil disfarces úteis, tudo se resolveu na areia,
onde fazem casa os avestruzes."

quinta-feira, 12 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

Sentimentos

Vou virar minhas gavetas de cabeça para baixo, que é pra não guardar mais nada.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Quanto você pode aguentar?

Quanto você consegue lutar? Lutar, lutar e quando estiver quase vencendo, tomar um golpe certeiro, que arrasta seu rosto por terra. Até onde você consegue caminhar? Caminhar incessante, buscando alcançar o seu objetivo, e quando estiver a menos de um palmo, um vento forte te empurrar de volta pro começo da estrada. Até quando você aguenta procurar a felicidade? Procurá-la nos mínimos detalhes, nos lugares mais escondidos e escuros, e quando encontrar, ela se derreter como gelo nas suas mãos. Quanto você pode aguentar ir e voltar tantas vezes ao mesmo lugar? Tentar, sempre outra vez, e outra e outra, e quantas mais forem necessárias. Quanto? Eu não sei, nem quanto nem até onde, nem até quando. Mas sei que não quero ficar no começo da estrada, por isso saio dali o mais rápido possível, esperando que o próximo golpe seja meu, que o próximo vento me empurre pro lado contrário, que a felicidade se firme como ouro em minhas mãos. Espero voltar a começos de estradas diferentes, que um dia me levem aonde quero chegar.