Poucos anos, muita coisa pra contar. Dizem que os vinte e cinco são uma fase de transição. Será?
1. Não me lembro, mas dizem que era um bebê fofinho, das bochechas rosadas, que chorava muito, muito mesmo!
2. Já sabia falar (e como falava! e cantava! Gostava de cantar a música do "Sididia" - Sididiiia a gente biiiiiiigaaa...).
3. Apresentou sua capacidade autodidata; sozinha, aprendeu a ler as manchetes do jornal.
4. Devorava livros infantis, vivia caindo por isso tinha sempre os joelhos vermelhos de mertiolate (e não perdeu a mania de cair até hoje, apenas aderiu ao mertiolate incolor).
5. Fez os primeiros grandes amigos, na escola. Já não tem nenhum deles ao seu lado e de alguns nem tem notícia, devido às mudanças extraordinárias da vida adulta.
6. Fazia as roupas das bonecas e insistia em repicar os cabelos da barbie.
7. Aprendeu a dançar "É o Tchan".
8. Andava de roller e adorava as colônias de férias do Indaiá.
9. Despertou sua primeira paixão platônica (que hoje não faz ideia de onde foi parar, e se o ver por aí, nem vai ser capaz de reconhecer).
10. Fez festa de aniversário vestindo roupa dos Bananas de Pijama (????) e pediu sua última boneca de presente de aniversário.
11. Já se considerava uma mocinha. Afinal, estava na quinta série, já saía pro recreio com os grandes.
12. Ouvia Hansons, Five, N'Sync, Backstreetboys e Britney Spears.
13. Chorou porque morreu Cássia Eller no dia seguinte ao que ela comprou o CD Acústico MTV.
14. Descobriu o Rock, o Rap e o Skate.
15. Conheceu o primeiro grande amor da sua vida e deixou de lado o skate.
16. Começou a namorar o grande amor. Entre idas e vindas, passaram alguns anos juntos, acompanhando as mudanças um do outro. Hoje não estão juntos, mas ambos sabem que foram especiais demais, que serão pra sempre o primeiro grande amor.
17. Ano de vestibular. Fez amigas pra vida toda! (A Lili até já casou e ela e a Maíra até foram ao casório!!). Foi pra Londrina com a Lili e a Mariana e mais deu risada do que estudou. Teve Síndrome do Pânico, mas passou e passou também no vestibular tão esperado. Foi pra faculdade, morar em pensionato, aprender a se virar. Conheceu os primeiros grandes amigos da vida adulta.
18. Uhul! Maioridade, Festa e etc e tal! Só que NÃO! Aos dezoito decidiu trabalhar (o dia todo e estudar à noite). Ganhava pouco, mas já podia ajudar nas despesas. E festava sim, claro!
19. Talvez o ano mais importante até agora, foi quando encontrou suas metades da alma. Ana, Alessa, Mariana, Amanda, Du. Pessoas que tinham tudo a ver com ela, que a completavam e a conheciam perfeitamente, como se fossem parte do coração dela. As únicas pessoas que realmente entendiam seu sorriso, suas lágrimas ou apenas o seu olhar e que até hoje são quem ela procura nos momentos de desespero ou de alegria extrema. Uma amizade regada a muita música tocada no violão do Du (que hoje está pra ser famoso!), muita coca-cola e chocolate na pracinha, caipirinhas na beira do rio, na casa do porto.
20. Foi morar sozinha. Alugou o próprio apartamento, pois já tinha subido de cargo na empresa e agora ganhava bem. Ganhou uma gata do amigo Jadiel, chamava-se Maria. Sua casa era sempre o ponto de encontro dos amigos. Sentia-se bem em poder acolher todo mundo lá pra jantar, pra papear, pra tocar violão, pra fazer um esquenta antes da festa ou mesmo pra curar suas ressacas ao fim da festa. Foi ao show do Vitor e Matheus com a Nana (mesmo sem gostar). Tatuou, pro dia das mães, "grazie madre per la mia vita" e fez sua mãe chorar.
21. Hora de acabar a faculdade. As madrugadas passaram a ter apenas uma hora (no máximo) de sono, pois eram o único horário em que ela podia fazer o tal do TCC (Tensão Constante na Cabeça). A certa altura decidiu que não precisava dormir, ora essa, quem disse que se precisa dormir? Passou três noites em claro, trocando o sono por latinhas de energético e um banho frio antes de pegar o ônibus pro trabalho. No quarto dia, dormiu na empresa enquanto trabalhava e decidiu voltar a dormir. Enfim terminou o tão esperado TCC, apresentou com êxito, com um desfile lindo de meninas cadeirantes (que se tornaram amigas queridas), e deu um tapa de luva de pelica na cara de quem duvidou que essa ideia daria certo. Tirou boa nota. Formou. Colou grau. Fez festa. Fez tudo o que tinha direito, pois ela merecia.
22. Comprou um carro. O grande sonho estava realizado. Agora podia passear com as amigas no fim de semana, ao som de The Kooks. Teve um grande amor, impossível, pra variar. Conheceu mais amigos importantes, entrou pro Rotaract, aprendeu a fazer pão de queijo com a Lele.
23. Cansada, decidiu voltar pra cidade natal. Largou tudo, mudou o rumo, foi fazer algo que nunca havia imaginado. Tornou-se empresária.
24. Conheceu os mais recentes grandes amigos, graças ao tal do Rotaract. Passou a ir no sertanejo por causa da Ju (que não gostava dela quando a conheceu, mas depois tornou-se melhor amiga). Conheceu muita muita gente nova. Passou um tempo sem ir pra balada porque se sentia velha. Até que a Joyce a convenceu de que deveriam ir ao pub da cidade! E foram e conheceram mais gente legal! E foram de novo e de novo! E foram na balada sertaneja, onde ela até ficou descalça e perdeu um pé do sapato.
25. Começa agora. E que venha cheio de mudanças de novo, que seja sim um ano de transição. Que toda mudança seja bem vinda, que todos os amores, todos os amigos (e não amigos) continuem vindo com tudo, que no meu coração cabe até o que não cabe na estante.
"Ela vai mudar, vai gostar de coisas que ele nunca imaginou."